quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O amor acaba


O cronista Paulo Mendes Campos dizia que o amor acaba a qualquer hora, em qualquer lugar e por qualquer motivo, o cronista realmente estava certo, pois o amor, essa fera que no inicio parece indomável, acaba até mesmo em uma parada de ônibus, nas proximidades do IBAMA na Avenida Homero Castelo Branco. O amor estava acabando para o casal que discutia a relação já adormecida em um fim de tarde de quarta-feira, ele gesticulava, argumentava e afirmava em bom tom “que não dava mais”, ela, meio chorosa, atestava, categoricamente, que se o amor estava acabando era simplesmente culpa dele. Ambos se agrediam e se acusavam verbalmente, mas a verdade é que aquele amor estava sendo, violentamente, atropelado pelos os veículos que cruzavam a avenida, justamente quando os dois saiam da repartição. O amor estava acabando para aquele homem e aquela mulher, que após o trabalho não entrelaçavam mais as mãos à espera da condução, o amor acabava para ela que pedia para ele desaparecer de sua vida, ele então, com o amor acabado, indagava que pediria demissão o mais rápido possível, por achar que não podiam mais compartilhar a mesma empresa, os mesmos corredores, a mesma sala de reuniões e as mesmas cores do uniforme, com o the end do amor, ele devolveria o crachá que indicava a mesma função que ela. Depois de meia hora de discussão passional, que envolvia ódio e decepção, ela partiu em um circular cujo destino seria curar um amor fracassado, ele saiu caminhando em busca, quem sabe, de um novo começo amoroso. O certo meu caro cronista Paulo Mendes Campos é que a Avenida Homero Castelo foi o cenário de mais uma história de amor terminado, e como você bem disse em uma das melhores crônicas de todos os tempos, o amor acaba a qualquer minuto seja na esquina, nas sorveterias ou na poeira que vertem os crepúsculos.

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